domingo, 3 de abril de 2011

Jean Paul Sartre: O existencialismo é um Humanismo – Segunda Parte.


            A trilha que estamos construindo por meio de textos e de discussõres é imprescindível para a caminhada cristã em nossos dias. Ao unirmos teologia e filosofia, estamos percorrendo caminhos por vezes tortuosos, porém, necessários para reavivar a obra redentora de Jesus Cristo. Vivemos tempos caóticos em que os simulacros tomam versões da verdade escondendo sua podridão.
            Ao discutirmos o pano de fundo que move a igreja em nossos dias, estamos retomando as rédeas há muito perdidas nesse emaranhado caótico em que nos perdemos por falta de verificarmos a validade da ação que a igreja crista deve despender para ser realmente sal e luz para o mundo.
Esta segunda parte do texto evoca a responsabilidade de cada um. Sartre cria que o ser humano existencialista só pode ser considerado como tal, se assume sua parte na responsabilidade de conduzir a vida. O que é, então, ser plenamente responsável?

2.         O homem é plenamente responsável
            Por ter consciência de que se projeta num futuro, ele se torna responsável. A aplicação do conteúdo é o que denota a questão de fundo para a responsabilidade. Afirma Sartre: “se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é”. [Sartre, O existencialismo é um humanismo, p. 6.] A questão de fundo é, o existencialismo deve colocar o ser humano diante dele mesmo, com todo o potencial e toda a falibilidade. Ele deve ser confrontado com a responsabilidade total de sua própria existência.
            Para Sartre o ser humano não é apenas responsável pela sua existência individual, mas é responsável por todos os seres humanos. Para mostrar esta questão o filósofo, diferencia as duas possibilidades de entender o subjetivismo, o qual foi bastante criticado no existencialismo sartreano. Para ele subjetivismo significa de um lado, “a escolha do sujeito individual por si próprio e, por outro lado, impossibilidade em que o homem se encontra de transpor os limites da subjetividade humana”.[ Id. Ibid., p. 6.]
            Tal responsabilidade se dá pela capacidade de escolha que o ser humano tem. Segundo Sartre não apenas o direito, mas o dever de escolher, por ser livre. Afirma ele, “a escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher”.[Id. Ibid., p17] Não é mero jogo de palavras, significa, que sempre podemos escolher, no entanto devemos estar cientes de que, se não escolhermos, assim mesmo fazemos uma escolha, conclui Sartre.


Referências Bibliográficas
SARTRE, Jean-Paul, O existencialismo é um humanismo. 3ª ed., São Paulo, Nova Cultural, 1987.
SARTRE, Jean-Paul,, Questão de método, 3ª ed., São Paulo, Nova Cultural, 1987.

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