quinta-feira, 24 de março de 2011

Ecumenismo e Tolerância imperativos para o cristianismo

"Eu afirmo cheio de horror, mas com veracidade: somos nós, os cristãos, somos nós os perseguidores, os carrascos e os assassinos! E de quem? De nossos irmãos”. [Voltaire, Tratado sobre a tolerância, p. 60]

            A constatação de Voltaire, em sua época questiona a perseguição e a intolerância Católica Romana para com os reformados, jamais suspeitou que duzentos e tantos anos depois, a situação seja inversa. Não como perseguidores, carrascos ou assassinos, mas, como antagonistas que viram o rosto e não querem relacionamento com a irmã romana.
            A intolerância põe em risco o salutar relacionamento ecumênico entre as diferentes instituições cristãs, a boa vivência amorosa, está em grande risco por não ser tolerante com o diferente. Voltaire já advertia “Quanto mais a religião cristã é divina, tanto menos pertence ao homem dirigi-la: se foi Deus que a fez, Deus a sustentará sem nossa ajuda”. [idem, p. 63] O perigo ronda cada canto de nossa Igreja, a indiferença, a falta de boa vontade em relacionar-se não põe em risco apenas a convivência pacífica, mas, principalmente nosso testemunho cristão, pois, “na casa de meu Pai há muitas moradas” (Cf. Jo 14.3). Ainda lembramos que Jesus ensinou aos seus/as discípulos/as a tolerância: “... Mestre, vimos certo homem que, em teu nome, expelia demônios e lho proibimos (...) Mas Jesus lhe disse: não o proibais; pois quem não é contra vós outros é por vós.” (Cf. Lc 9. 49-50)
            Devemos perceber que a “intolerância apenas produz hipócritas ou rebeldes: que alternativa funesta”. [Voltaire, p. 63] Devemos cumprir em nossos dias a Palavra de Jesus ao Pai: “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Cf. Jo 17. 21).

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